Súplica ao Relógio

                      DE-   ALFONSUS  NEGREIROS

               SÚPLICA  AO   RELÓGIO
     Corram segundos  tictaqueando
     voem  minutos,o relógio é novo
     disparem horas  pela pista branca;
     fujam velozes desta faze triste
     não  se demorem nos momentos maus,
     passem depressa desta hora amarga..

    O  meu cérebro sucumbe de aflição
    cri--cride apitos, fonfonar de autos
    vozes,gritos,luzes encardidas,
    postes de pixe, monstros de casaca,
    ranger de ferros,intrigas, injustiças,
   riscos de fogo vergastando a noitye.

   Meu  eapirito quer de novo o sol
   anceia os beijos que a briza tem,
   bailar com o céu no topo dos pinheiros
   beber estrelas nas aguas da cascata.

   Súplica  inutil.
   o relógio tem cérebro de rubi
   alma de aço
   e coração de mola.


   Os segundos não se apressam
   são mai lentas as horas de agonia
   os minutos pingam  lentamente
   esbarram e se prendem nos ponteiros
   as horas não tem ouvidos
   e escorregammaldosamente lerdas.

   Debocha o mostrador
   palido e branco
   gordo e balofa
   com cara de lua cheia
   seus lábios finos e esqueleticos
   negros, mordazes e enferrujados
   se abrem frios de ponta a ponta
   na gargalhada das nove  e quinze

  Corram segundos
  voem  minutos
  disparem horas
  súplica inutil
  o relógio tem cérebro  de rubi
  alma de aço
  e coração de mola....
  




 





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